terça-feira, 13 de outubro de 2009

Meu querido avô

Francisco Xavier de Paiva Andrade (Chico)
Pai do meu pai.
Uma figura maravilhosa. Amigo dos amigos. Um carnavalesco de primeira.
Vovô foi um carnavalesco famoso. Costumava fantasiar toda a família (excetuando-se minha avó). Uma nota publicada em A Tribuna, em 07.03.1919, sob o título Echos do Carnaval , dava conta que:
O mascarado que mais se salientou
- Relativamente ao ultimo carnaval, recebemos hontem, assignada por uma "admiradora", a seguinte carta: "Como de costume nos annos anteriores, "A Tribuna" faz salientar nos echos do Carnaval a mascara espirituosa que mais se distinguiu no Carnaval. Sendo assim, eu, como sincera admiradora do cinema, peço ao senhor que se digne lembrar que o mascarado que mais sucesso alcançou no Carnaval passado foi, conforme a opinião de grande numero de pessoas, o sr. Francisco Xavier de Paiva Andrade, pelo espírito e pela original phantasia da sociedade secreta "Os três TT", muito conhecida na célebre fita cinematographica "Quem é o numero 1?".

Artista de mão cheia, desenhava, pintava, ilustrava.
Os quatro, Chico e Tina, Sila e Dino moravam no Macuco, em meio aos galpões de depósito de café. Café torrado e café moído. Cheiros e odores que marcaram a vida de todos.
Trabalhando no Cais, meu avô já desenhava, fotografava, esculpia, e essa veia artística passou para as gerações seguintes.
Curiosamente chegou a assinar Dino em seus trabalhos. Filho de Ascendino Etelvino do Prado Andrade ( filho de Francisco P. Filho e D.Anna P. D L. Andrade), paraibano nasceu em Maranguape em 29.11.1867 que chegou em Santos em 1892, com sua espôsa, D. Maria José de Queiróz Paiva
Minha avó Albertina de Souza Andrade (Nasceu 15.03.1899) era filha de Antonio Garcia de Souza e de Luiza Augusta Macedo de Souza que tiveram 5 filhos.

Uma pessoa generosa, criativa e que ensinou a todos da família a conviver em família.
Lembro que tinha uma casa em Santos, que ele e minha avó Albertina moravam no andar superior e meus tios Sila e Lycio e filhos, no andar térreo. Tal era o seu apego familiar.
Ainda vou achar uma publicação de um dos carnavais antigos que citava meu avô como um folião de destaque.
Foi ilustrador de capas de livros de alguns autores nacionais. Me parece que ilustrou uma coleção de Monteiro Lobato. Seu forte era o chamado "bico de pena", desenhos à nanquim.

Na foto abaixo, meu avô é o primeiro da esquerda para a direita, depois Franco da Sermide, no a seguir Aldemir Martins e Coelho (artistas de uma época).

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