segunda-feira, 25 de junho de 2012

Estiveram em São Paulo, ontem, 24 de junho 2012, os estudantes da Esalq e moradores da República Copacabana, Dario Risson e João Vitor. Emprestei à eles um álbum de fotografias do meu pai Dino para que os mesmos possam copiar as fotos (trotes de 42/43) que irão rechear o site da República. Espero que façam bom proveito desse importante material e que me devolvam o álbum ao término do trabalho (rsrsrs). 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Humor (1980)


Charge Aberta (criação DIno)


A "Charge Aberta" criada nos anos 60, por Dino, era baseada no que escrevia Humberto Eco, uma tentativa de interatividade, bem antes de a Internet surgir, e os leitores do jornal A Tribuna, participavam, cada qual escrevendo o que achava... alguns até enviavam de volta...

Plínio Marcos (março, 1994)

Em um dos mais sinceros depoimentos sobre o trabalho do Dino, feito pelo genial dramaturgo e também santista Plínio Marcos.Clique, amplie e leia. Um recorte no bolso...

Vinicius de Moraes (1967)


O grande "poetinha", Vinicius de Moraes, quando esteve em Santos em 1967.

Ao Dino, que conseguiu captar todas as minhas fraquezas, o abraço amigo Vinicius.
Santos
Setembro 1967

Coça-Calo (1980)


Na velha ESALQ os desenhos do saudoso Dino


"clique na imagem para ampliar"

De Vaney (1983)

"clique na imagem para ampliar"

JK (1967) by Dino


bilhete de Jânio Quadros (1987)

Bilhete do presidente Jânio Quadros sobre charge do Dino... Jânio não gostava do termo "forças ocultas" que ele proferiu inicialmente... tempos depois ele falava em forças terríveis... Clique na imagem para ampliar e ler...

Sr. ilegível

Peça ao Jornal em respeito que leia o documento da Renúncia, "ocultas, onde?" "Terríveis, sim". Que tal a verdade ?

Jânio Quadros

29.07.87

Prefeito

Rua Dino Andrade, Santos, SP.

"clique na imagem para ler"


charge atual (1990)...

Em 1990, Dino publicou essa charge, que bem poderia ser republicada agora em 2010... foi uma dobradinha comigo que criei o cartão eco-lógico... VERDE-SE

Um adeus muito sentido

"clique na imagem para ler"


Jackie Onassis e o próprio... (1968)


dream team...


o eterno Rei...


o amigo Barão...

O velho e querido amigo Barão Fittipaldi, caricaturado por Dino, seu irmão...


Cinex Propaganda de Santos (1958)

Cinex Publicidade, depois Sinex Propaganda. A segunda agência de Propaganda instalada na cidade de Santos. Na imagem, o cartão de natal de 1950, em silck-screem.

domingo, 9 de maio de 2010

Noivado do pintor Augustus (set.1947)

clique na imagem para ampliar
foto cedida pelo amigo Milton Bréscia

quarta-feira, 21 de abril de 2010

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dino e o Trote da ESALQ de 1942

O Trote Geral

Entrevistando o sr. Accindino S. Andrade

Foi com grande dificuldade que consegui trocar algumas palavras com o Accindino, organizador do “Trote Geral de 1942”. O Dino que anda atarefadíssimo com os preparativos para a “Grande Peruada” respondeu prontamente as minhas perguntas bastante entusiasmado,e do seguinte modo:
- O que você nos conta sobre a peruada deste ano ?
- Será uma cousa formidável; cousa até hoje nunca vista em Piracicaba. Será diferente e muito mais humorística do que os trotes gerais que organizei em 38, 39 e 40. Abafará os de São Paulo.
- E quanto as caracterizações dos bichos ?
- Todos os bichos desfilarão fantasiados; dos 102 bichos não sobrará nenhum.
- Quanto a organização do cortejo, o que você nos conta ?
- Os bichos serão precedidos por bandas de música, toques de clarin, cuícas e tamborins. Serão soltados rojões a valer.
- Então será uma cousa notável, hein ?
- Temos trabalhado muito. De acordo com a Diretoria do “Centro”, colaborarão comigo diretamente, os srs. Miguel Borba, Oto de Melo, João Camarero, Manoel Alcântara e Francisco Sales Oetterer. Mostraremos a Piracicaba um espetáculo notável.

publicação original

Dino, campeão no futebol em Piracicaba

Vermelhos – Campeões Agrícolas de 1940

Debaixo de enorme enthusiasmo, os esportistas agrícolas, durante uma semana, se empenharam em árduas pelejas, em busca do título de Campeões Agrícolas de 1940. Quer pelo equilíbrio dos prélios, quer pelos elevados índices technicos obtidos, quer pelo enthusiasmo da grande torcida, pode-se affirmar que os objectivos do Departamento Esportivo do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz ao instituir os Jogos Agrícolas, forma amplamente satisfeitos.
Vermelhos, Azues e Brancos, sem desfallecimentos, luctaram durante uma semana, e os primeiros, graças aos valores individuaes com que contam e á fibra dos seus defensores, conseguiram brilhante Victória, vencendo em cinco das oito modalidades esportivas disputadas. Os Azues se colocaram em 2o. e em 3o. os Brancos.
Os Vermelhos foram campeões em Cestobol, Voleibol, Natação e Pingue-Pongue. E em Futebol com a seguinte relação:
Nicola, Décio, Pupim, Nardini, Abrahão, Nicanor, Dino, Laçava, Napeva, Chiquinho, Dante, Carreiro, Plínio, Eliseo e Chiarini.


obs.: publicação original

Dino Prêmios e Exposições

Prêmios e exposições

Dino participou de sua primeira exposição de caricaturas em 1944 na cidade de Piracicaba. Mais tarde, em 1962 fez sua segunda exposição de caricaturas, em Santos.
Na I Exposição Moderna de Arte, no Universo Palace Hotel, em 1968, ele apresentou três quadros de humor com a temática de obra aberta. No mesmo ano ele teve uma charge premiada em um Salão Internacional de Caricaturas em Montreal, no Canadá. A charge mostrava dois árabes sendo amamentados pela morte.
Aquele ano parecia ser realmente um bom ano para o artistas, pois ganhou prêmio no Salão de Jornalismo do Estado de São Paulo o Prêmio Editorial.
Em 1973 fez sua terceira exposição de trabalhos na cidade de La Chaux de Fonds, na Suíça, na exposição Artist du Brèsil, no lançamento do seu livro de humor La Mèdaille, editado em Lausaine, pelo Departamento Cultural da Delegação Permanente do Brasil em Genéve.
Ganhou o prêmio Ufficio Stampa Fiat em Bordiguera na Itália. Recebeu duas menções honrosas no segundo Concurso de Charges, Cartuns e Caricaturas da França, em 1985.
Criou também o logotipo vencedor do concurso do XII Encontro de Jornalistas do Interior em 1987.
Dino também tem no hall da fama do Maksoud Plaza, de São Paulo, um quadro exposto que ele fez para o cantor Julio Iglesias em 1982.
Com todo este currículo, Dino não foi citado nos livros de Herman Lima, sobre a caricatura no Brasil editado na década de 60 e nem mesmo no livro de Joaquim da Fonseca, que se atem a caricaturistas do eixo Rio-São Paulo e os conterrâneos do Sul do país.

Dino no futebol em Piracicaba

Vitória da A. A. Luiz de Queiroz de Piracicaba

Piracicaba, 18 – (Pelo telefone) – Em prosseguimento ao campeonato desta cidade, realizou-se na tarde de hoje o encontro entre os fortes conjuntos da A. A. Luiz de Queiroz e o São João F.C., cuja contagem final foi 9 a 0 a favor do Luiz de Queiroz. Eis o onze vitorioso: Natim; Helio e Lair; Martinho, Nicanor e Dino; Carreiro, Sato, Carucho, Tiarini e Moreira. Com tentos de Carucho (3), Carreiro (2), Moreira (2), Sato e Dino.

Obs.: publicação original
(esse jogo deve ter acontecido entre 1940 e 1942)

A origem do artista

Dino, uma charge para todos os Santos (A origem do artista)

Nascido em Santos no dia 24 de maio de 1920 Accindino Souza Andrade era filho do artista Francisco Xavier de Paiva Andrade, que também trabalhou com charges e caricaturas. Dino desde a cedo demonstrou aptidão para o desenho, tentando imitar o trabalho do pai.
Seu pai o proibira de estudar Belas Artes em São Paulo com medo que o filho seguisse seus passos, pois segundo Francisco: “de humor ninguém vive”.
Ele obrigou-o a cursar Agronomia em Piracicaba, na Escola de Agronomia Luiz Queiroz. Na faculdade a especialidade de Accindino era entologia onde se dedicava a desenhar os insetos, conseguindo desta maneira manter-se próximo à arte.
Após a faculdade o artista voltou a Santos e foi trabalhar como engenheiro agrônomo para o governo do Estado de São Paulo, mas não se afastou da charge.
Em 1937 fez seu primeiro desenho para o jornal Diário de Santos. No mesmo ano começou a trabalhar para A Tribuna, jornal que colaborou por 55 anos.
Além dos trabalhos para o jornal A Tribuna, Dino participou de exposições e fez a caricaturas de diversas pessoas de destaque na história da cidade. A maioria dos prefeitos e vereadores da cidade foram caricaturados por Dino, assim como diversos atletas.
Seus quadros e caricaturas estão de posse dos caricaturados ou acervos particulares, adquiridos através de leilões.

Meu querido avô

Francisco Xavier de Paiva Andrade (Chico)
Pai do meu pai.
Uma figura maravilhosa. Amigo dos amigos. Um carnavalesco de primeira.
Vovô foi um carnavalesco famoso. Costumava fantasiar toda a família (excetuando-se minha avó). Uma nota publicada em A Tribuna, em 07.03.1919, sob o título Echos do Carnaval , dava conta que:
O mascarado que mais se salientou
- Relativamente ao ultimo carnaval, recebemos hontem, assignada por uma "admiradora", a seguinte carta: "Como de costume nos annos anteriores, "A Tribuna" faz salientar nos echos do Carnaval a mascara espirituosa que mais se distinguiu no Carnaval. Sendo assim, eu, como sincera admiradora do cinema, peço ao senhor que se digne lembrar que o mascarado que mais sucesso alcançou no Carnaval passado foi, conforme a opinião de grande numero de pessoas, o sr. Francisco Xavier de Paiva Andrade, pelo espírito e pela original phantasia da sociedade secreta "Os três TT", muito conhecida na célebre fita cinematographica "Quem é o numero 1?".

Artista de mão cheia, desenhava, pintava, ilustrava.
Os quatro, Chico e Tina, Sila e Dino moravam no Macuco, em meio aos galpões de depósito de café. Café torrado e café moído. Cheiros e odores que marcaram a vida de todos.
Trabalhando no Cais, meu avô já desenhava, fotografava, esculpia, e essa veia artística passou para as gerações seguintes.
Curiosamente chegou a assinar Dino em seus trabalhos. Filho de Ascendino Etelvino do Prado Andrade ( filho de Francisco P. Filho e D.Anna P. D L. Andrade), paraibano nasceu em Maranguape em 29.11.1867 que chegou em Santos em 1892, com sua espôsa, D. Maria José de Queiróz Paiva
Minha avó Albertina de Souza Andrade (Nasceu 15.03.1899) era filha de Antonio Garcia de Souza e de Luiza Augusta Macedo de Souza que tiveram 5 filhos.

Uma pessoa generosa, criativa e que ensinou a todos da família a conviver em família.
Lembro que tinha uma casa em Santos, que ele e minha avó Albertina moravam no andar superior e meus tios Sila e Lycio e filhos, no andar térreo. Tal era o seu apego familiar.
Ainda vou achar uma publicação de um dos carnavais antigos que citava meu avô como um folião de destaque.
Foi ilustrador de capas de livros de alguns autores nacionais. Me parece que ilustrou uma coleção de Monteiro Lobato. Seu forte era o chamado "bico de pena", desenhos à nanquim.

Na foto abaixo, meu avô é o primeiro da esquerda para a direita, depois Franco da Sermide, no a seguir Aldemir Martins e Coelho (artistas de uma época).

Sargentelli e o Dino

“Quero, aqui neste espaço, saudar a chegada ao corpo de colaboradores do Dual, do meu amigo o cartunista Dino. No meu escritório eu tenho uma caricatura feita pelo Dino, há mais ou menos 5 anos, quando ele se apresentava no Show da Noite, na TV Record, junto com o Wilson Fittipaldi (o Barão) e com meu irmãozinho Alberto Helena Jr. O Dino do alto de seus 50 anos de cartunismo, é uma das grandes glórias do jornalismo brasileiro. Estão de parabéns os leitores do Dual por terem a oportunidade de ter o Dino em seu convívio todas as sextas-feiras”.

Oswaldo Sargentelli
DUAL – 04 a 10 de agosto 1989 pág.11

Ziraldo sobre Dino

"O Campeão no Brasil é o Dino, que ‘A Tribuna’ mantêm há 30 anos"
Ziraldo Alves Pinto
depoimento publicado pela jornalista Rosa Maria Bastos Santos, em seu artigo "Fluindo como um Cartum" em 02 abril 1982

A linha do tempo, por ele mesmo.

Transcrição de um texto do Dino sobre sua vida

A casa da rua do Rosário onde nasci (hoje João Pessoa).
Pouca lembrança.
Meu tio Carlitos. Meus avós maternos.
Os blocos carnavalescos Sapecachoro e Lavaichoro.
A casa da Praça Telles No. 3 no fundo do escritório da Aliança da Bahia, pegado a Polícia Marítima. (Benedito Pinheiro, Oscar Pinheiro e Ribeirão).
Bar Neptuno. Inglês bêbado.
O cais. O tiro 11
A escola primária "Paulo de Frontin"da Alfândega. Dona Marcelina minha professora. O uniforme de marinheiro.
O futebol. Santos sempre Santos.
Brincadeiras. A goiabeira na casa dos irmãos (Moacyr, Chico e Rosenthal).
Nova casa no Macuco (Manoel Tourinho 260).
O areião. A pelada. O café torrado e o café moído.
Juvenil Pouca Roupa (Paulistano). Serenatas. Chalés de madeira. A senhora francesa (madame).
Martins Fontes.
A vala. Primeira namorada. Matineés no D.Pedro.
Bola de gude, estilingue, papagaio, pião. Cajá-manga, Cocó, Ranheta e Facada (os irmãos de Ranchinho e Alvarenga, o pai afinador de pianos).
O ginásio José Bonifácio (associação instrutiva) curso fundamental.
O Natal. Anos bons.
Carnavais. Dona Dorothéa vamos furar aquela onda ?
Festas Juninas. Balões. O balão da cadeia. Amigos presos. Amigos pobres.
Os suicídios. A tuberculose. O perú-amigo das prostitutas.
A calça comprida. O banho de mar de madrugada. Siris e mariscos.
Os pic-nics.
O desenho de meu pai. Charges. Cinemas.
Vá ao Miramar ainda mesmo que chova. Cinema com a tela molhada.
Os cassinos. Viagem a praia.
Farras na pensão. Música "Maringá, Maringá...."
O tombo no bonde a palheta voando.
Esculturas. O tigre na praia com o Instituto Escolástica Rosa.
Desenhos em A Tribuna. Tia Linda (1937).
A ida para Piracicaba (Roda Gigante Eliseo de Oliveira Leite)
O trem. Lenços acenando.
Do Macuco para a Conselheiro Nébias 735. A volta para o Macuco pegado ao 260.
Ida para Piracicaba. Pensão da Dona Cora.
Dona Sinhaninha e as meninas.
Formatura. O drama do diploma. Rio de Janeiro.
Exame no D.Pedro II. Volta no dia do limite para emprego na Secretaria da Agricultura.
Biológico. Santos. Ministério da Agricultura. Exames de frutas. Dr.Eugênio Bruck, Pinheiro Machado, Hilder e Figueiredo.
O caso Navarro de Andrade (abaixo-assinado para não trabalhar fora de hora).
Ida para São Paulo. Horto Florestal. Paisagismo. O diretor Jordão e o chefe Teixeira Mendes.
Planos para o interior aprovados. O apartamento da Rua Santo Amaro.
O emprego no "O Governador". Escritório atrás da Faculdade de Direito.
Sigis, Augustus, Enio Imparatto, Milton Bréscia, Valpiteres (irmão do Sigis).
O jornal "A Marmita".
Meu noivado em Santos. Casamento. Vinda para São Paulo.
Gravides da Keka. Ida para Santos. Armando Clemente posto de classificação.
Morando na Avenida Conselheiro Nébias 735 (casa de meus pais).
Nascimento de Francisco Eduardo mudança para a Oswaldo Cruz.
Período Casa Netto Automóveis.
As exportações de madeira em troca de automóveis Oldsmobile, caminhões G.M.C., vitrolas.
A venda de uma e a comissão de 3.000 cruzeiros pagos na Maternidade (Hospital dos Ingleses)
O médico foi o Valejo.
Compra da casa da Dagoberto de Gasgon do Mário Covas.
Ida para o Paraná (Londrina) para a Milbar (Moura Barrionuevo) transportadora de café.
A nossa casa na Rua Santos (em Londrina).
O barro. O pó vermelho. O Jipe.
As idas a Paranaguá. O bairro das prostitutas com luminoso.
José Luís Moura, Millon, Odair Moura.
Nascimento da Marcy em Londrina (Santa Casa) e os amigos de lá.
As festas japonesas.
A geada. O cafezal queimado.
Volta para Santos.
Compra do apartamento da Rua Firmino Barbosa. Novamente no Gonzaga. Quase Boqueirão.
Sociedade na Cinex Propaganda. Mais tarde Sinex Propaganda com Alcides e Athayde.
Flâmulas, tintas, silck-screem, telas, tecidos.
Slides, desenhos, projeções nos cinemas.
Futebol na Praia. Praia das Vacas. São Vicente, Ponte Pênsil, Praia Grande.
Distensão muscular.Meu carro Morris Minor.
Rebratel. Canal 5. Organizações Victor Costa. Televisão na Rádio Clube de Santos.
Desenhos para A Tribuna. Ultima página do Suplemento dominical. Figura da Semana.
Clube XV. Exposições. Quadros. Desenhos. Caricaturas.
Novo endereço. Novo apartamento. Desta vez na Rua Arthur Assis, esquina Rua da Paz.
Meu primeiro estúdio organizado. Um quarteirão da praia.
Tênis Clube. Agências de Classificados nos Bairros.
Futebol Campeão do Mundo. Santos sempre Santos. Seleção Campeã.
Viagens para o exterior. Europa.
Lions Clube. Exposições. Quadros. Desenhos. Caricaturas
Santos começa a ficar insuportável nas temporadas.
Guarujá é a solução. Praia de Pernambuco. Balsa todo dia. Ir e vir para Santos.
Nova casa na Rua dos Coqueiros 477.
Sapos. Sapo Boi. Sapo Martelo. Silêncio à noite.
Casa sem muro. Sem vizinhos durante a semana.
Praia. Mar. Areia. Sol. Um novo estúdio só para mim.
Padre Domênico. Viola. Jaime Daige.
Fins-de-semana com casa cheia. Cheia de Paulistanos. Amigos.
Muito papo. Muita conversa. Muita vida. Nosso cachorro Shoyo.
Os Fittipaldis. Pelé em casa. Martinho da Vila encantando.
Marcus Pereira, Sepp Bandereck, Roberto Duailibi, Geraldo Ferraz e Wega Nery.
Tamara Wirth, Maggy Imorberdorf, Murilo Felisberto, Mário e Deise Benvenutti.
Ulli e Catarina, Armando e Hélia Clemente, Antanas Vaicekauskis, Múcio e Trajano Campos, Washinton Olivetto.
De lá para o Morro do Maluf.
Piaçaguera. Acabou com aquele Guarujá. Outra era. Outra gente
Novamente São Paulo. Av. Nove de Julho. Prefeitura com Jânio e Mário Covas. Agitação. Entra a Erundina e eu saio.Prefiro Santos.
Estúdio em Santos. Apartamento de meus pais. Rua Djalma Dutra, Gonzaga.
Nova vida. Perto dos amigos de novo.
Aposentadoria. Netas. Desenhos, Caricaturas, Quadros.
Fim de semana subo São Paulo. Netas Mariana e Andrea. Família. O gato Missoufi .
Durante a semana desço para Santos sempre Santos.
Desenhos, Caricaturas, Quadros.


...daqui para frente Dino começa a ter problemas de saúde. Agravado quando o afastaram de sua mesa no jornal A Tribuna. Uma sucessão de exames. Internações. Até o fim, quando me pede para cuidar da Keka. Foi a nossa despedida.

Dino Prêmios e Exposições

Prêmios

Ganhou vários prêmios Nacionais e Internacionais.
Em 1968 - Grande Prêmio de Charge no I Salão de Jornalismo do Estado de São Paulo e o Prêmio Editorial no V Salão Internacional da Caricatura - Montreal - Canadá
Em 1970 - Prêmio "Ufficio Stampa Fiat" no 22o. Salão de Humorismo - Bordighera - Itália
Em 1971 - Menção Honrosa na I Gallerie Mondial de Caricature - Skopje – Iugoslávia e o Prêmio Plaquette Ostern na II Galerie Mondial de Skopje - Iugoslávia
Em 1974 - Prêmio Horsa Hotel Nacional e o Prêmio Pepsi-Cola Viagem à Alemanha Copa do Mundo
Em 1985 - Duas menções honrosas no II Concurso da Charge, Caricatura e Cartuns em Franca - São Paulo, o Prêmio Concurso de Logotipos do 12o. Encontro de Jornalistas do Interior do Est. São Paulo e (30.agosto) recebeu o troféu A Tribuninha
Em 1991 - (09.dezembro) recebeu o troféu Bráz Cubas


Exposições

* Sua primeira exposição aconteceu 7 anos depois de já estar publicando seus desenhos em A Tribuna. Em Novembro de 1943, em Piracicaba, no Centro Acadêmico da Escola Luiz de Queiroz. Dino tinha então 23 anos de idade.
* Janeiro de 1962 realizou sua exposição de caricaturas em Santos, na Galeria Ipiranga, no Gonzaga.
* Em 1976 realizou sua primeira exposição no exterior, na Suíça, a convite da Delegation du Brésil graças ao esforço de Emannuel Von Massarani, em Chaux de Fonds, e onde lançou também seu livro "La Medaille".
* Em 1982 participou com mais 30 chargistas da Arte na Copa (9 a 24 julho 82) no Centro Artístico Rian em SP.
* Em 1988 realizou uma exposição/ leilão na Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos em benefício da Santa Casa de Misericórdia. O convite vinha com uma apresentação muito especial de seu amigo Emanuel Leon e impresso pela Prefeitura de Santos na administração de Oswaldo Justo.
* Em 1990 realizou exposição no Tênis Clube de Santos, denominada "Conjugrãfites", caricaturas de casais da sociedade santista, em benefício da Santa Casa de Misericórdia.
* Para o Centro de Expansão Cultural de Santos, nas gestões da presidente Áurea Botto de Barros, realizou 3 exposições em benefício dessa entidade:
* 1a. Em final de 1988 (40o. Aniversário do Centro Cultural realizada no C.C.B.E.U. de Santos)
* 2a. Em maio de 1989 no Hall da Câmara do Congresso Federal em Brasília
* 3a. Em setembro de 1990 na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Frase Dino

" Rejeito toda e qualquer especulação, toda doutrina, todo formalismo. A "Charge" é a vontade de uma época, traduzida e, traço vivo, mutável, novo. Nem ontem, nem o amanhã, somente o hoje pode dar forma. Somente este tipo de desenho será criador. Recuso reconhecer problemas de estilo, mas apenas problemas de execução; o estilo não é o objetivo de meu trabalho, mas, apenas o resultado. Em essência, nosso trabalho é libertar a "Charge" dos especuladores estéticos. Baseado na "Obra Aberta" de Umberto Eco, criei a "Charge Aberta" publicado em "A Tribuna"

em 15 de Outubro de 1968

Dino

anotação encontrada em uma folha colada na porta de entrada de seu "estúdio" de Santos

Dino vira tese de professor

Dino, uma charge para todos os Santos
(Introdução)

A importância de Accindino Souza Andrade não está expressa nos anais de nossa história. Os arquivos nacionais que falam das charges publicadas no Brasil e fora do país não citam o nome, nem mesmo o pseudônimo deste artista santista, falecido em 1996.
Accindino, ou melhor, Dino, foi o primeiro chargista a fazer a caricatura de Pelé em 1957 no jornal a Tribuna, caricatura esta que lhe valeu um prêmio da Pepsi-Cola 17 anos depois. O artista retratou figuras importantes da cidade de Santos como a artista e ativista política Pagú, além de diversos políticos locais e figuras de renome nacionais e internacionais.
Dino teve um papel importante no Universo das charges, tendo trabalhos que anteviram situações políticas, como a charge premiada em 1968 no Canadá. A charge mostrava a morte amamentando dois árabes, como uma previsão do que o mundo ocidental estaria vendo nos dias atuais. Devemos lembrar que naquele período as informações eram poucas a respeito de conflitos como a guerra entre israelenses e palestinos e batalhas como a de Argel.
O artista também foi inovador ao inventar a charge interativa, onde um balão era deixado em branco para o leitor completar a piada.
Hoje ao pesquisarmos em websites ou livros que falam a respeito de caricatura e charge a referência a este ilustre santista é mínima, ou quase nenhuma. Esta pesquisa visa mostrar uma parte do trabalho deste autor e fazer um paralelo do seu período de produção e o posicionamento social do artista.
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(A Tese)

O texto abaixo, é de uma tese de Alexandre Barbosa (que não conheço) publicada na Internet (abaixo os devidos créditos).

A cidade de Santos, no estado de São Paulo, possui uma tradição artística em relação a charge que remonta o início do século XX.
Entre os artistas da cidade se destaca Accindino Souza Andrade, ou simplesmente Dino, o primeiro caricaturista a fazer um desenho de Pelé em 1957.
Apesar de sua importância para cidade e para a história da caricatura e da charge, Dino não é citado nos principais livros e matérias sobre esta expressão artística. Este trabalho procura resgatar um pouco de sua história, da charge e da caricatura.

Por Alexandre Valença Alves Barbosa
Professor de Comunicação nas Universidades Unisanta,
Unimonte e escola técnica do Senac de Santos.
Mestrando em Comunicação e Cultura na ECA-USP.
Chargista e ilustrador de jornais e revistas.

Família Dino Andrade

Accindino Souza Andrade (Dino)
Nasceu em Santos, São Paulo.
No dia 24 de maio de 1920.
No bairro do Macuco.

Pai - Francisco Xavier de Paiva Andrade
Mãe - Albertina de Souza Andrade
Esposa - Henriqueta Del Rio Andrade (Keka)
Filho - Francisco Eduardo Del Rio Andrade (Chico Andrade)
Filha - Marcy Del Rio Andrade
Netas - Mariana Marino Andrade, Andrea Marino Andrade e Carolina SS Andrade.
(Filhas de Francisco EDR Andrade)
Irmã - Albertina Andrade Kolhy (Sila)
Marido - Lycio Guimarães Kolhy
Filhos - Sila Maria, Ligia Maria, Célia e Cíntia (gêmeas), Lycio Fernando e Francisco Ernesto.

Meu pai recebeu o nome de Accindino que o cartório registrou erroneamente, em homenagem ao seu avô paterno, Sr. Ascendino Etelvino do Prado Andrade (filho de Francisco P. Filho e D.Anna P. D L. Andrade), paraibano nasceu em Maranguape em 29.11.1867 que chegou em Santos em 1892, com sua espôsa, D. Maria José de Queiróz Paiva (filha de Olyntho Paiva) Espirita, sócio fundador da Soc.esp. Anjo da Guarda, A Previdente (fundou c/ João Osório da Fonseca, e A Predial todas em Santos. Moravam na Rua Xavier da Silveira 150.Em Santos, trabalhou na Zerrenner Bullow e Company. Tiveram 13 filhos(faleceu em 25.07.1913).
Minha avó Albertina de Souza Andrade (nasceu 15.03.1899) era filha de Antonio Garcia de Souza e de Luiza Augusta Macedo de Souza que tiveram 5 filhos.